Em meados do século 20, especialmente após a Segunda Guerra
(1939-1945), as resinas naturais foram substituídas por substâncias
sintetizadas a partir do refino do petróleo. "O motivo para essa troca foi
o custo de fabricação, já que a resina natural é muito mais cara que a borracha
sintética", diz o engenheiro químico Múcio Almeida, gerente de
desenvolvimento de produtos da Adams do Brasil. A partir da década de 1960, surgiram
os primeiros chicletes sem açúcar, que, segundo os fabricantes, além de
diminuírem os riscos de cáries, ajudam a manter os dentes limpos, pois
estimulam a produção de saliva, que remove partículas de alimentos. Com ou sem
açúcar, é bom tomar alguns cuidados com essa guloseima. Crianças pequenas que
engolem a goma correm o risco de ter as vias aéreas bloqueadas ou de ter
interrompido o fluxo intestinal. Outro alerta: mascar com a barriga vazia pode
causar problemas estomacais, pois há um estímulo desnecessário à produção de
enzimas gástricas.
Borracha doce
Produtos derivados do petróleo são os principais ingredientes da guloseima
1. A fabricação do chiclete começa com a produção de sua
matéria-prima: a goma base. Ela tem ingredientes como borracha sintética e
parafina (ambas derivadas do petróleo), substâncias emulsificantes (óleos
vegetais que dão liga à mistura) e antioxidantes (conservantes químicos que
prolongam a duração do produto). A receita ainda leva carbonato de cálcio, uma
espécie de cal tratada que serve para dar mais volume à mistura
2. Todos os ingredientes da goma base ficam em grandes
panelas aquecidas, com pás que giram para tornar o produto homogêneo. Quando a
mistura está pronta, ela é despejada em pequenas placas, que são resfriadas em
temperatura ambiente. Há fábricas que só fazem goma base e depois a revendem
3. A goma base é comprada pelas fábricas de chiclete
propriamente ditas, onde é derretida em grandes panelas e ganha outros
ingredientes: açúcar ou adoçante, aromas (em geral misturas de vários óleos
essenciais), corantes, ácidos cítricos (que dão aquele sabor azedinho a alguns
chicletes) e glicerina (substância que ajuda a dar liga ao produto)
4. Quando essa mistura líquida está pronta, ela é novamente
despejada em placas para esfriar e endurecer. Depois, as placas passam por uma
máquina que as corta em tiras finas e compridas. Essas tiras são então fatiadas
no tamanho de cada chiclete. Se ele for uma guloseima simples, como um Ping
Pong, já está pronto para ser embalado
5. Os chicletes especiais, porém, passam por outras etapas
antes da embalagem. Um bom exemplo são aqueles que têm um líquido dentro, que
escorre na boca após a primeira dentada. Para fabricá-los, uma máquina injeta o
caldo aromatizado no interior da tira de goma, antes de ela ser fatiada no
tamanho de cada chiclete
6. Há também os produtos que têm uma casquinha em volta da
goma, que se dissolve após alguns segundos de mastigação. Para formá-la, os
pedaços do chiclete já fatiados são banhados em um xarope feito de açúcar ou
adoçante. À medida que essa "calda" é aquecida, ela evapora e deixa
partículas sólidas na superfície do chiclete
7. A última etapa é a embalagem, que pode ser feita com
papel, plástico ou caixinhas, dependendo do produto. A partir daqui, o
chiclete, que começou como uma insossa borracha feita de petróleo, está pronto
para ser distribuído e vendido
Você sabia?
A diferença entre a goma de mascar e o chicle de bola já
aparece logo no primeiro passo da fabricação da goluseima. A matéria-prima
(goma base) do chicle de bola tem, além dos ingredientes descritos no item 1,
um plástico, em geral o acetato de polivinila. Esse derivado do petróleo ajuda
a formar um filme em volta do produto, dando a elasticidade necessária para o
consumidor sair soprando bolas por aí